Daniel Galera é um desses escritores que todo mundo me recomendava há anos mas que eu só fui ler em 2012. “Barba Ensopada de Sangue” me encantou e agora estou correndo atrás do prejuízo.
No dia que a Amazon chegou ao Brasil fiz uma compra de e-book para testar, tinha que escolher um titulo qualquer e optei por “Cordilheira”. Era uma compra ao mesmo tempo aleatória e com referencia. Queria comprar um titulo nacional e dentre os que a Amazon apresentava na primeira página escolhi o de Daniel Galera pelas indicações que já tinha recebido.
O romance, escrito em 2008, ficou meses morando no meu kindle, fazendo amizade com os demais livros que moram lá aguardando o dia de serem lidos. Não sabia absolutamente nada sobre o romance. Voltando de uma viagem a Buenos Aires comecei a lê-lo. Nada mais apropriado.
Anita está em um momento de crise e resolve aproveitar a viagem para promover seu livro em Buenos Aires para tentar se reinventar e tentar se encontrar. Lá encontra um estranho grupo de aficionados por literatura. Isso pode parecer um plot meio mais ou menos, mas garanto que é um maravilhoso livro.
O conflito de Anita com a sua obra. Ela não se reconhece no livro, no que escreveu, abomina o seu livro que é um sucesso. Some-se a isso a sua analise da falsa felicidade de suas amigas e você já teria material para um bom livro. É nesse momento que o estranho grupo de argentinos é apresentado por Galera.
Esses argentinos aficionados por literatura tem uma forma, digamos, diferente de experimentar a literatura, uma que carrega uma certa critica as pessoas que levam suas obras a serio demais. Vou parar por aqui para não contar spoiler, mas garanto que esses argentinos dão um molho a mais a essa história que trata de uma mulher em crise. Uma mulher que joga tudo para o alto, se isola em um lugar desconhecido para ela, é mais ou menos o que o protagonista de “Barba Ensopada de Sangue” faz, mas com caminhos distintos.
Comecei a ler Galera tarde e ao mesmo tempo no momento certo. É um grande autor nacional e agora todos os outros livros dele estão na fila para a leitura, um deles ele até disponibiliza de graça. É um daqueles autores que estão na minha lista de indicação mesmo sem ter lido, tipo Ian McEwan, Carlos Ruiz Zafon e Lionel Shriver.
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