Há 95 anos nascia Isaac Asimov, um dos mestres da Ficção Científica. Nascido na Rússia, o escritor emigrou com sua família para os Estados Unidos quando tinha apenas três anos. Aprendeu a ler sozinho quando tinha cinco anos, e por volta dos onze já escrevia suas próprias histórias, começando a vendê-las a revistas já aos dezenove. À data de sua morte, em abril de 1992, já tinha escrito cerca 500 obras, entre livros, contos, manuais e outros. Além de ter feito inúmeras previsões para o futuro, como as chamadas por vídeo, o mircoondas, a banda larga, e até a Wikipedia. Além de, é claro, ser considerado o criador da palavra “robótica”.
Sua obra tida como a mais famosa é a série “Fundação”, no entanto foi através de “Eu, Robô” que o conheci. Preciso fazer aqui uma mea culpa: não fazia ideia de quem era Asimov até ver o filme homônimo de seu livro. Sim, aquele do Will Smith. Acontece que, apesar de gostar muito dos filmes de ficção científica, não sou tão ligada assim nos livros do gênero. E eu só tinha 14 anos quando lançaram o longa. Ok, não é desculpa, eu sei. Mas enfim, quando vi o filme “Eu, Robô”, a história me pareceu genial demais e profunda demais, e eu sabia que tinha que ter um livro ou uma cabeça bizarramente inteligente por trás das tão conhecidas três leis da robótica e seu desenrolar:
1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.
3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
E foi aí que eu procurei a origem da história e me interessei pelo Asimov. Segundo o próprio autor, o objetivo das leis é tornar possível a coexistência entre os seres humanos e a inteligência artificial. Quem ao menos viu o filme, contudo, sabe que aí reside uma questão crucial: “Seria a humanidade uma ameaça para si mesma? Em nome das leis que os regem, poderiam os robôs se impor aos humanos para nos manter ‘seguros’?”
Bem, quem leu “Eu, Robô” sabe que a trama vai muito além do que trata o blockbuster, livremente inspirado nos princípios e em alguns personagens de Asimov. Em primeiro lugar, não se trata de uma história única, mas nove contos que se sucedem (mesmo que não de forma totalmente linear), dando um panorama da evolução da convivência entre robôs e humanos através do tempo. Este panorama social entre humanos e IA leva a interpretações muito mais complexas (e até alarmantes) da nossa sociedade e do futuro dela.
As histórias de Asimov não só inspiraram outros escritores e vários filmes do gênero, como, também, os princípios enunciados em “Eu, Robô” saíram da ficção para debates no âmbito da pesquisa científica em robótica e inteligência artificial, sendo considerados hoje, por muitos cientistas, como a base para a existência da IA. E você pode estar pensando que ler Isaac Asimov é muito difícil, tendo em vista todo esse mundo original e, ao mesmo tempo, tão assustadoramente próximo que ele criou em seus livros, além de toda essa questão de robôs, inteligência artificial etc. Mas pode relaxar. “Eu, Robô”, por exemplo, é narrado a um jornalista, por uma robopsicóloga da US Robôs, artifício que torna a leitura incrivelmente fácil e fluida. Os robôs são tão humanos que parecem reais e você termina as histórias com sentimentos verdadeiros por cada um deles.
Se você ainda não leu nada do Asimov (não tenha vergonha, lembre-se que eu também só o conheci por causa do filme), vale muito o investimento no autor. Não precisa começar pela “Trilogia Fundação” (muito maior e mais cara), comece com “Eu, Robô”, aposto que você vai perceber que, na verdade, já viu muito de Isaac Asimov por aí.
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