Quando vejo uma mulher como a Daiana Garbin, é difícil acreditar que ela tenha um problema de imagem. Para mim, ela é linda e perfeita, mas quando li seu livro “Fazendo as pazes com o corpo”, entendi como eu estava errada.
Primeiro erro que cometemos é julgar, não é mesmo? Sempre olhamos para outras mulheres e ou falamos mal de quem não gostamos ou de quem gostaríamos de parecer com (Santa Gisele, sua LINDA!) porque tudo isso, na verdade, é um reflexo do que queríamos para a gente ou do que fazem conosco. Porque julgamos sim e somos muito julgadas, mas quem começou esse ciclo vicioso? Difícil dizer, mas tem como parar, né? Tem que ter.
Em seu livro, Daiana explica como, desde jovem, tem problemas com a imagem. Ela já fez lipoaspiração, inúmeros tratamentos, todas as dietas possíveis e tomou verdadeiras bombas em forma de remédios para emagrecer. Porque, embora o seu corpo esteja matematicamente correto na proporção altura/peso, aos seus olhos, não é o suficiente. E quando o problema está na nossa cabeça, é muito mais difícil resolvê-lo.
Nós, mulheres, lutamos constantemente com a balança, com a numeração do jeans, com a letra G (letra, mas o ponto é outra coisa! Hahaahha), mas embora a nossa luta seja nossa, sempre julgamos as outras, né? Acho que isso só agrava as coisas. Por exemplo, minha família é grega e isso me trouxe geneticamente pernas grossas, bundão, peitão o que resultou em numeração inexistente pra mim neste país. Gosto do meu corpo, mas estou sempre me debatendo com algumas gordurinhas e não pelo tal padrão – que, pra mim, é geneticamente inviável -, mas porque não gosto mesmo. Embora não tenha passado pelas experiências que Daiana passou, entendo completamente a situação dela e, mesmo com diferenças, me identifiquei muito. Vivi durante muito tempo cercada por mulheres que integram esse tal padrão e que achavam (e algumas ainda acham) que o tamanho do meu jeans define quem eu sou. Tipo, se você veste mais do que 38 tá gordinha. Isso na cabeça delas. Na minha, tô nem aí pro número que visto ou que você, leitora, veste. Desde que você se sinta linda na roupa, o tamanho não importa. Mas dói quando somos julgadas por outras, né? Dói porque parece que invalida nossa personalidade, nosso sorriso, nossos sonhos. Tudo se resume ao XG na etiqueta da camiseta …. mas não deveria.
Li “Fazendo as pazes com o corpo” não só porque parecia uma boa leitura, mas porque valorizo muito a coragem de mulheres admitirem suas fragilidades. Acho que isso as torna ainda mais guerreiras. Ao expor a nossa ferida, não nos deixamos de guarda aberta, muito pelo contrário! Ajudamos outras pessoas feridas a entenderem que tem cura e não está em números menos no jeans ou na balança, mas na compreensão de que medidas e peso não definem o esplendor de uma pessoa. E que tudo bem estar passando por uma barra por causa de pressão da sociedade, mas você não está sozinha nessa e vai conseguir sair dela sim!
O livro é dividido em duas partes: a primeira traz a jornada da autora, com diversos relatos sobre sua vida relacionados ao distúrbio de imagem que tem. A segunda é intitulada “Nossa luta” porque é exatamente isso: nossa. E se é nossa, não julgue uma colega mulher. Um sorriso diz muito mais do que uma letra na etiqueta.
É fácil a gente falar uma das outras, mas tenho empregado uma estratégia para evitar julgar outras. Ela chama empatia. Se eu não gostaria que fizessem comigo, por que farei com outros? Quem sabe assim, aos poucos, seremos mais compreensivas e menos julgadas, né? Bora tentar?
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