Notícia

Fernanda Montenegro

No dia 16 de outubro de 1929 nascia Arlette Pinheiro da Silva. A menina da subúrbio carioca entrou para a história da cultura nacional com um nome mais pomposo: Fernanda Montenegro. No dia do aniversário de 90 anos da grande dama da dramaturgia nacional não poderíamos deixar de prestar as nossas homenagens.

Fernanda está lançando uma autobiografia para comemorar o aniversário, mas não vamos falar sobre ele agora. Hoje vamos falar de Fernanda como a percebemos como espectadores. Fiz uma pequena enquete entre amigos e conhecidos, umas 30 pessoas, com a pergunta “qual o principal personagem de Fernandona?” não tive mais de duas respostas iguais. Fernanda não é conhecida por um personagem ícone e sim por seu talento de ser várias, diferentes, ecléticas e ser sempre ótima, ou seja, ser Fernanda Montenegro.

Em 2008, antes desse site existir, estava no centro do Rio de Janeiro quando passei na porta a Academia Brasileira de Letras e li que Fernanda Montenegro faria uma leitura, nem prestei atenção no que seria lido, apenas me preparei para estar lá e assisti-la ao vivo. Fernanda leu “Capitu – Memórias Póstumas” do acadêmico Domício Proença Filho. O livro é como um diário de Capitu, a de Dom Casmuro, contando a vida, seu casamento com Bentinho, a amizade com Escobar, o filho. A leitura era Fernanda no palco, com uma cadeira e na mesa a sua frente o texto, nada mais. Fernanda era Capitu mais velha relembrando a vida, era a mulher com “olhos de cigana obliqua”. É uma das experiências em teatro que guardo na memória e no coração como um privilegio.

Fernanda Torres além da coluna incrível que escreveu na Folha de São Paulo sobre a mãe costuma dizer em entrevistas que “minha mãe é uma operária”. Acho a definição perfeita. Fernanda Montenegro trabalha com esmero cada papel, seja a rica Bia Falcão, a trambiqueira Nana ou a professora Dora. Todos são únicos, vividos com seu talento.

Há 75 anos, nós brasileiros, temos o privilegio de assisti-la no teatro, na TV e no cinema. O que podemos dizer? Acredito que apenas: Obrigada, Fernanda!

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