Fernanda Torres me conquistou com seu livro de estreia “Fim” e desde então fiquei esperando uma nova história sua. A primeira vez que vi Fernanda Torres citando a frase da mãe, a atriz Fernanda Montenegro, a frase que dá título ao seu livro foi em uma entrevista para a Globonews há mais de ano. “A Glória e seu cortejo de horrores” é desses títulos que conseguem expressar a totalidade do livro.
Mais uma vez Fernanda escreve na pele de um homem que não é dos melhores. Mario Cardoso é um ator que começou a carreira no teatro na década de 1970 e termina em uma péssima encenação de “Rei Lear”. Mario tem uma história perpassa as oportunidades de fama na carreira de um ator brasileiro. O teatro em plena ditadura militar, os filmes do cinema novo, a TV na era de ouro das telenovelas e a decadência. A história é contada alternando o presente e o passado, auge e declínio, tudo permeado pelo humor que é uma característica de Fernanda. Não conto spoiler aqui por isso vou apenas dizer que o final é pasmoso e que envolve Shakespeare.
Mario me lembra muito o quinteto que protagonista “Fim”. Ele é da mesma estirpe de homem com apenas a diferença de gerações os separando. Fernanda parece estar caminhando pelos tipos masculinos que povoaram e povoam o Rio de Janeiro. Primeiro foram os cafajestes que batiam ponto na Copacabana das décadas de 1950 e 1960, agora o galã que nasceu nas areia de Ipanema e se fez nos estúdios no Jardim Botânico e Jacarepaguá. É quase como se seus livros fossem um estudo de estereótipos masculinos cariocas ao longo das décadas. Será que no próximo livro teremos a virada do milênio? É esperar e conferir.
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