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Hugo Awards 2020 – indicados

Os organizadores da Covenção Mundial de Ficção Científica anunciaram os indicados ao Prêmio Hugo de 2020. Esta era para ser e minha primeira Convenção, e em plena Terra Média (na Nova Zelândia) mas o Coronavírus tinha outras ideias. Agora, a CoNZealand vai ser virtual – palestras, premiação e tudo mais vão ser transmitidos online. Uma pena, já que o Mestre de Cerimônias vai ser ninguém menos que George R. R. Martin.

Enfim, vamos aos indicados deste ano. Tem muita coisa excelente, e muito que eu ainda não li. Este ano, preferi ler primeiro os menos óbvios pra dar uma chance a escritores menos cotados, o resultado é que não consegui ler tudo o que queria a tempo e acabei com poucos indicados na lista final. Nada publicado em português ainda, mas pra quem lê em inglês os contos e noveletas todos estão disponíveis de graça online. 

Assim como ano passado, as revistas tradicionais (Analog, Fantasy & Science Fiction, Asimov’s) passaram em branco. A revista online Uncanny teve três indicações entre contos e noveletas. A editora Tor e seu site Tor.com tiveram 9 indicações.

ilustração de Reiko Murakami para “The Archronology of Love”

Dos melhores contos, só li um – que não coloquei na minha lista. Mas Fran Wilde é fortíssima candidata, estava em quase todas as listas de melhores do ano. Me saí um pouco melhor nas noveletas, em que indiquei duas finalistas: Yoachim e Pinsker. Em “The Archronology of Love”, a investigação do desaparecimento de uma expedição a um outro planeta se torna uma reflexão de como construímos e desconstruímos nosso próprio passado. “The Blur in the Corner of Your Eye” é mais terror do que FC: uma escritora se isola numa cabana para terminar o livro novo e tem que enfrentar a origem terrível das ideias dela. 

Nas Novelas, acertei três dos seis indicados. Vou ficar muito surpreso se não ganhar This Is How You Lose the Time War, de Amal El-Mohtar and Max Gladstone. Duas agentes de facções opostas numa guerra temporal viajam de uma época para outra se enfrentando. Mas à medida em que trocam mensagens se provocando, começam a se apaixonar uma pela outra. É brilhante, e quando voc|ê chega ao fim dá vontade de começar de novo só pra ver como as idas e vindas se encaixam com perfeição. 

O premiadíssimo Ted Chiang (autor do conto que deu origem ao filme A Chegada) está nas duas categorias. Lançou este ano uma coletânea, Exhalation, que tinha duas histórias originais – e pra surpresa de ninguém, as duas foram indicadas. 

Finalmente, pra melhor romance, três das indicadas aparecem com os livros de estreia (Muir, Martine e Harrow). E todas são mulheres. Minha indicada foi The City in the Middle of the Night (de que já falei brevemente aqui). É uma categoria em que as finalistas já eram mais ou menos esperadas (embora uns três que ficaram de fora poderiam perfeitamente ter chegado lá) As grandes favoritas são Gideon the Ninth (necromantes lésbicas no espaço!) e A Memory Called Empire (uma complexa trama política num império espacial que examina a influência da linguística na formação da história e da cultura).

Agora é aproveitar o isolamento e começar a ler o que me falta pra votar… A premiação estava originalmente prevista para 1º de Agosto. A lista completa dos indicados (tem várias outras categorias, incluindo filmes, não ficção, Jovem Adulto, etc) está aqui.

Eis os principais:

Melhor Romance

  • The City in the Middle of the Night, de Charlie Jane Anders
  • Gideon the Ninth, de Tamsyn Muir
  • The Light Brigade, de Kameron Hurley
  • A Memory Called Empire, de Arkady Martine
  • Middlegame, de Seanan McGuire
  • The Ten Thousand Doors of January, de Alix E. Harrow

Melhor Novela

  • “Anxiety Is the Dizziness of Freedom”, de Ted Chiang (Exhalation)
  • The Deep, de Rivers Solomon, com Daveed Diggs, William Hutson e Jonathan Snipes
  • The Haunting of Tram Car 015, de P. Djèlí Clark
  • In an Absent Dream, de Seanan McGuire
  • This Is How You Lose the Time War, de Amal El-Mohtar e Max Gladstone
  • To Be Taught, If Fortunate, de Becky Chambers

Melhor Noveleta

  • “The Archronology of Love”, de Caroline M. Yoachim
  • “Away With the Wolves”, de Sarah Gailey
  • “The Blur in the Corner of Your Eye”, de Sarah Pinsker
  • Emergency Skin, de N.K. Jemisin
  • “For He Can Creep”, de Siobhan Carroll
  • “Omphalos”, de Ted Chiang (Exhalation)

Melhor Conto

  • “And Now His Lordship Is Laughing”, de Shiv Ramdas
  • “As the Last I May Know”, de S.L. Huang
  • “Blood Is Another Word for Hunger”, de Rivers Solomon
  • “A Catalog of Storms”, de Fran Wilde
  • “Do Not Look Back, My Lion”, de Alix E. Harrow
  • “Ten Excerpts from an Annotated Bibliography on the Cannibal Women of Ratnabar Island”, de Nibedita Sen

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