Segundo livro da trilogia da névoa.
Como já falei aqui algumas vezes, Carlos Ruiz Zafón é um daqueles autores de que leio tudo que me cai na mão. “Palácio da Meia-Noite” é o segundo romance juvenil da trilogia da névoa, o primeiro é “O Príncipe da Névoa“, e como na trilogia do cemitério dos livros eles se conectam mas não são sequenciais.
A narrativa se passa em Calcutá, primeiro livro de Zafón que sai da Espanha, e fala sobre um grupo de órfãos, o Chowbar Club, que vê um dos seus membro perseguido por um ser misterioso e sanguinário, Jawahal. Se no primeiro livro dessa trilogia o perigo vinha do mar aqui é o fogo o responsável pelo perigo.
Ler a obra de um autor de trás pra frente tem suas vantagens, te dá a possibilidade de ver com mais clareza a evolução do trabalho. Nesse livro o que me chamou a atenção é a boa construção do antagonista. Jawahal é um ótimo vilão, é um vilão em que o autor investiu um tempinho para compor, se tivesse investido da mesma forma no vilão de Marina o livro seria um clássico do terror. Voltando a esse livro, Jawahal tem tudo que faz um bom mostro em livro de terror, é sobrenatural, tem poderes incríveis e uma historia trágica e cruel. É o que há de melhor no romance.
Mesmo com um clima de terror e com um bom vilão, “Palácio da Meia-noite” é mais um livro sobre amizade do que qualquer outra coisa. Tem aquele clima de “Goonies” ou de “Conta Comigo”, grupo de amigos adolescentes que sobrevivem a uma grande aventura. Aqui a aventura tem toques de horror, mas é antes de tudo uma aventura adolescente, é um YA para meninos e um bom YA.
Zafón é um grande escritor, esse não é o seu melhor livro e mesmo assim é um bom livro, desses que pode-se recomendar sem susto. Agora falta só um livro dele para acabar essa trilogia, aguardo para saber que outro grande vilão a névoa trará.
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