Resenhas

Romantic Comedy

“Romantic Comedy” de Curtis Sittenfeld entrou no meu radar por causa do clube do livro da atriz Reese Witherspoon. Não leio todos os indicados mas gosto de dar uma olhada para saber sobre do que se trata e coloco alguns na minha listinha de interesse. Uma avaliação mais ou menos da Frini fez com que ele subisse na lista, gosto de debater livros com os amigos e eu e Frini lemos estilos e livros bem diferentes, quando tenho a oportunidade de achar alguns que sejam uma interseção me dedico.

Esse livro não foi lançado no Brasil, li em inglês no kindle. O enredo é um libelo feminista, Sally é roteirista de um programa de humor na TV americana, no livro tem outro nome mas o que Sittenfeld descreve é o Saturday Night Live (SNL). Dois roteiristas do programa tem relacionamentos com beldades do mundo do entretenimento, uma atriz e uma cantora, é por causa desses casais que Sally cria uma esquete falando sobre como o mundo aceita casais onde os homens são “normais” e grandes estrelas hollywoodianas mas não aceitam casais com mulheres “normais” com homens hollywoodianos. Não é apenas um texto engraçado para a TV, é o que Sally acredita.

Toda a primeira metade do livro é sobre o programa de TV e seus bastidores. É um trecho longo demais e parece que o que Sittenfeld realmente queria era escrever um livro passado nos bastidores do SNL e não necessariamente “Romantic Comedy”. Bastidores de TV são fascinantes mesmo e é possível contar um mar de histórias passadas nesse ambiente. Só parte desse livro se passa aqui e uma parte que se concentra mais em como os bastidores acontecem do que montando efetivamente a história de Sally e o cantor gostosão Noah que é o convidado do programa com quem Sally tem que trabalhar.

Noah é um cantor com uma carreira longa onde ele é conhecido por sua música, sua beleza e suas namoradas que são super modelos. Sally e ele trabalha em alguns esquetes e se divertem, é uma conversa inteligente e interessante e ela fica em duvida se existe um clima entre os dois de verdade. A baixa autoestima da protagonista entra em cena e tudo desanda. Final do primeiro ato, um ato longo demais onde se conhece mais sobre o SNL do que realmente sobre o casal protagonista.

A segunda metade do livro é passada durante a pandemia, anos depois do primeiro encontro dos protagonistas. Sally e Noah começam a se corresponder por mail, sim eles fazem gozação entre eles mesmo sobre o fato de estarem escrevendo mails em pleno 2021, e um relacionamento começa. Aqui começa a se apresentar a minha principal questão com o livro. Sittenfeld constrói o casal com Sally sendo alguém muito insegura em seus relacionamentos e Noah sendo alguém perfeito, que em momento algum se mostra reticente mesmo com todas as idas e vindas de Sally, é a pessoa mais compreensiva da terra, não funciona. Noah deixa de ser crível nesse momento e o aspecto mais interessante de Sally é a dualidade de ser totalmente confortável e confiante em sua vida profissional e absolutamente insegura na vida pessoal.

A parte final do livro se concentra no casal e tem boas soluções para a trama mas perde a oportunidade de explorar personagens com camadas mais interessantes, camadas que ela mesmo apresenta nos bastidores do SNL. Tenho que concordar totalmente com a avaliação mais ou menos da Frini, agora é só marcar um café para falar desse e de outros livros.

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