Coluna

Treta literária

“Tá sabendo da treta?”
Essa é a pergunta que mais ouvi/li na semana passada. E sim, fiquei sabendo de várias e fiz questão de me manter longe de todas. Tenho opinião sobre cada uma? Sim. Preciso compartilhar para alimentar a treta? Não. Então por que escrever sobre isso aqui no blog? Porque precisamos entender o impacto negativo que a treta alheia tem na gente.

Não vou citar as situações específicas muito menos nomes. Para “ilustrar” a coluna, vou usar três frases que ouvi e que embasam meus argumentos. Vamos lá!

“Sinto falta de quando ler era só um hobby. Ficou muito capitalista”.
Li esse comentário em uma treta que lidava com pirataria. Gente, vamos deixar uma coisa bem clara: livro é lindo, a gente ama, e publicar é sonho realizado. Mas não é realizado pela fada madrinha, mas por um bando de gente que tem trabalho envolvido. Livro é produto, gente, não é filho. É negócio. Então é essencial que os direitos e o trabalho de todos os envolvidos seja respeitado e protegido. Ao piratear, o “leitor” está ferindo tudo isso. Tá sem grana? A Estante Virtual está aí com preços mais acessíveis, sebos, feirinhas…. é possível encontrar lançamentos por menos de R$10 e dentro da legalidade! Vamos ser realistas, por favor!

“Tá tudo parecendo jardim de infância. Fulana acha que é mais fã do que eu”.
Essa foi escrita por causa de uma treta sobre eventos, eu acho. Gente, quando a gente é fã – seja de livros, seriados, bandas, atores, esportes, etc. -, a gente se torna um ser pra lá de passional! Eu falo muito sobre isso no meu livro “Sou fã! E agora?” (não é jabá!) e se sentir “dono” do que somos fã é quase que natural. Mas não é verdade. Não somos donos de ninguém e nem de nada nesse sentido e é preciso manter isso em mente para não ferir nossos amigos, conhecidos e outros fãs. Tudo bem ter mais de um evento sobre o mesmo tema. Assim, mais gente poderá ir e mais gente vai conhecer o conteúdo. Olha que legal! Foca no seu diferencial e dá as mãos no lugar de apontar. Somos donos de nós mesmos, do nosso jeitinho, da nossa personalidade e escolhas. Então vamos valorizar isso! (cara, tá muito auto-ajuda essa coluna! Hahahah).


“Leitora desse gênero é tudo mal resolvida”
Preciso explicar como a frase acima está errada em todos os níveis possíveis? Já tive preconceito literário muito forte sobre gênero específico e sobre os leitores desse gênero, mas aí, uma amiga me recomendou livros incríveis e eu passei a amar! (Também falo sobre isso no meu livro, só para avisar, tá?). Já cometi erros graves e aprendi muito com eles não só sobre literatura, mas sobre respeito. É bom e eu gosto, então não posso desrespeitar o outro só porque eu acho alguma coisa diferente. NADA justifica a falta de respeito com leitores. Se um autor foi vítima de pirataria, reclame, explique, mas não falte com o respeito. Você pode estar certo na razão do reclamar, mas não na forma. Vai perder a razão. Se o autor ficou chateado com críticas negativas, explique, converse ou avalie o que foi dito para aprimorar o seu trabalho. Ou ignore! Mas bater boca em rede social só machuca todos os envolvidos (e alimenta tretas desnecessárias).

Eu ouvi uma pessoa muito querida falar uma coisa muito legal. Ela disse:  “Tem espaço para todo mundo. É importante um apoiar o outro já que gostamos da mesma coisa”. E parece simples, mas fez toda a diferença pra mim. Eu mesma andava meio chateada por tretas bobocas, sabe? Mas quando ouvi isso, foi como se a solução tivesse sido entregue de bandeja. Não sou adepta dessa tal reciprocidade de “comenta no meu que eu comento no seu”. Acho que ninguém tem que fazer nada porque é esperado, mas sim se quiser, se gostar. Não quero que comentem no meu blog ou apareçam nos meus eventos esperando o mesmo de mim. Quero que façam isso porque se identificaram com o que eu falei ou escrevi o bastante para estar presente e voltar ou para comentar. Sabe? Quero que esteja ao meu lado quem quer estar e não por suposta obrigação. Da mesma forma, eu apareço quando posso, quando sinto que a pessoa precisa de um apoio moral ou quando quero. O mesmo vale para comentários e curtidas e etc.

Sou a favor da boa vizinhança. Todo mundo sendo legal com todo mundo, a vida fica mais simples. A treta é a gente quem cria, quem alimenta. Pra quê? Não ganhamos nada com isso, cara! Então depois que eu ouvi a pessoa falar algo tão bacana, decidi empregar na minha vida. Então não respondi as tretas em redes sociais e nem quero linkar nada aqui. Achei melhor transformar em um post para a gente refletir no lugar de validar a briga. Sei lá … acho que vale pensarmos nessa energia que circular e que nem sempre é positiva. Mas pode vir a ser. Depende da gente.

Conta aí o que você achou. Ou não J Fica à vontade!

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