O terceiro livro da série “Os Ravenels” de Lisa Kleypas é um dos meus favoritos. Eu cheguei a pensar em pular essa leitura, pois como traz Pandora como protagonista, pensei que não fosse curtir tanto. Como disse em resenha anterior, a personagem é muito imatura para sua idade e isso me incomodou demais. Mas nessa leitura, embora Pandora mantenha a sua irreverência, sua língua afiada e vontade de se manter independente de marido, ela não é imatura mais. Essa mudança foi muito bem-vinda para a história e para a personagem, porque no primeiro livro ela parecia uma criança sendo que já era uma mulher. Ainda bem que melhorou.
A história é a seguinte: Pandora está na temporada londrina acompanhando sua irmã Cassandra. Enquanto Cassandra gosta de bailes, Pandora não consegue dançar (tem uma razão para isso que é explicada no livro) e não tem a menor vontade em se casar. Só que o destino prega uma peça nela, que acaba sendo amarrada ao Lorde Gabriel St. Vincent (que é filho de um casal que protagoniza outro livro de Lisa Kleypas). Embora nenhuma das famílias obrigue o noivado dos dois, eles se veem numa situação delicada e Pandora concorda em passar uma semana na casa de praia de Gabriel para que possa conhecê-lo melhor e então tomar sua decisão. E é durante essa estadia que cenas românticas e lindas e quentes (claro!) acontecem, tirando o fôlego da jovem e dos leitores também!
Mas nem tudo é tranquilo no noivado de Gabriel e Pandora. E uma conspiração sinistra está acontecendo em Londres e o casal se encontra sem querer bem no meio dela. E tudo isso além de já criar a narrativa para o quarto livro da série, aumenta ainda mais o angst para esse! ADORO!
O desenvolvimento dessa história e desse casal de protagonistas é um dos melhores da série. Embora eu ache que Gabriel se apaixona e se declara rápido demais – algo que prefiro quando demora um pouco mais para acontecer -, Pandora não tem dúvidas sobre o que precisa dizer para expressar seus sentimentos e pensamentos. Isso é refrescante porque os conflitos aqui não se dão por ruídos de comunicação, mas sim por fatores externos. Eu gosto de todos esses tipos de conflito, mas os escolhidos por Kleypas para contar essa história foram muito coerentes com a personalidade de seus personagens.
Outra coisa que admiro muito na escrita de Lisa Kleypas são os momentos de declaração de amor. Sim, tem cenas românticas e quentes e tal, mas as vezes sinto que o momento de dizer “eu te amo” com todas as palavras acaba sendo muito corrido ou muito “do nada”. Isso não acontece aqui. Em todos os livros da série, o grande momento veio na medida certa, na hora certa e da forma certa. Kudos para Lisa!
Curiosidade: o interesse de Pandora por jogos de tabuleiro é uma homenagem a Elizabeth Magie, que existiu e criou a primeira versão de “Monopoly” chamada de “The Landlord Game”. Pena que depois o jogo foi patenteado por um homem e Elizabeth não teve os créditos que merecia, embora “Monopoly” não existiria sem a contribuição dela. O feminismo presente em Pandora não somente em querer ter sua empresa, mas também em ter o controle dela e não ter que abrir mão disso quando casar é inspirador. Mais uma razão para amar esse livro!
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