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Inferno, de Dan Brown

Dan Brown nos traz mais um thriller de Robert Langdon, dessa vez com alusão à “Divina Comédia”. Sem perder a mão, produz com maestria mais um suspense de tirar o fôlego.

Dan-Brown-Inferno

É sempre difícil escrever sobre um livro de Dan Brown sem dar spoilers. E com “Inferno” não é diferente. O suspense e os mistérios já começam nas primeiras páginas e, se eu contasse alguma coisa pra vocês, teria que matá-los logo depois. Brincadeirinha.(Provavelmente, vocês é que acabariam me matando).

Sou fã de Dan Brown, e especialmente de seu personagem Robert Langdon, desde “Anjos e Demônios”. Também sou uma admiradora de “A Divina Comédia”, e toda a sua metáfora de perdição e rendição no mundo além morte. Por isso, quando soube que no novo thriller de Brown, Langdon estaria envolvido em uma trama inspirada no clássico de Dante Alighieri, fiquei muito animada e ansiosa por seu lançamento.

Gostaria de dizer que engoli o livro em três dias, como facilmente aconteceria, mas não foi isso que ocorreu. Não por culpa de Dan Brown, mas por falta de tempo de minha parte mesmo, o que acabou acabando com as minhas unhas de ansiedade para saber o que aconteceria a seguir. O autor tem esta capacidade e acho que é o que mais gosto em sua forma de escrever (fica páreo a páreo com o seu dom para dar detalhes das coisas), você termina um capítulo já querendo engolir os próximos e se roendo de nervoso pra saber o que vai acontecer.

Está tudo ali, Robert Langdon, o MacGyver de paletó Tweed, mestre supremo da iconografia religiosa e da simbologia, como sempre metido em um mistério de grandes proporções que foge do seu controle e acaba se revelando um plano bizarro de um grupo secreto. A mulher atraentemente super inteligente (e, neste caso, com teste de QI e tudo pra comprovar!) que ele encontra pelo caminho e que se torna companheira em sua jornada, ajudando nas suas intempéries e atraindo seu desejo. Alguns objetos e acontecimentos estranhos e muito suspeitos que vão sendo desvendados pista a pista, e que vão complicando a vida de Langdon cada vez mais. E é claro, pessoas querendo matar o professor o tempo todo.

Sim, parece a trama de “Anjos e Demônios”, “Código da Vinci” e “O Símbolo Perdido”. Mas Dan Brown, com a maestria que só ele tem, consegue (sabe-se lá como) construir uma trama de certa forma completamente original. Ainda estão lá todos os outros vários elementos em comum, as aulas sobre arte, história e cultura de uma forma geral, as curiosidades sobre a simbologia das sociedades passadas e a nossa atual, as conexões com outras obras literárias, as teorias de conspiração, as reflexões sobre o mundo e os homens que nele vivem. Mas acredite, é um livro que parece igual, mas é diferente de todos os outros.

Uma coisa eu posso contar (acho que não é considerado spoiler) e, pra mim, foi uma sacada particularmente genial desta trama: Robert Langdon começa a história desmemoriado. Não completamente, perde a memória de apenas cerca de três dias. Langdon acorda na Itália, com um ferimento na cabeça, um objeto estranho no bolso, muitas dúvidas, uma alucinação persistente e assustadora que se repete por várias vezes em sua mente, e uma mulher muito suspeita querendo matá-lo. Digo que esta foi uma boa sacada, porque é interessante ir descobrindo as coisas junto com o personagem, os acontecimentos que são surpresa para você, também o são para Langdon, e você embarca nessa com ele de tentar descobrir qual será o próximo passo, e o que aconteceu nos seus últimos três dias para chegar onde está. E ter como plano de fundo o poema “Inferno” de Dante Alighieri é, ao mesmo tempo, a cereja e o recheio do bolo. Se dá aquele toque final de excelência, ao mesmo tempo, também é conteúdo essencial para todo o desenrolar da trama.

Se você é fã de Dan Brown, de “A Divina Comédia”, ou apenas de thrillers bons para mergulhar e só sair depois de chegar a última página, essa é uma ótima leitura. Acompanhe Robert Langdon em sua perdição e rendição pelos nove círculos do inferno na Itália, numa corrida contra o tempo, antes que o mundo que conhecemos acabe.

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