Em “A Seleção”, Kiera Cass apresentou uma sociedade distópica dividida em castas, rebeldes que podem estar lutando da maneira errada pela causa certa, e um reality show para escolher uma princesa do povo. O primeiro livro mostrou que a protagonista – America – é uma jovem forte, que questiona autoridade, mas duvida da própria capacidade de ser princesa. O primeiro livro também mostrou a diferença e semelhanças dos dois “gatinhos”: o príncipe Maxon e o soldado Aspen, que lutam pelo coração de America e por conseguir vencer seus próprios limites impostos a eles. Mas agora a hora é da Elite e Kiera Cass se superou.
No segundo livro da trilogia – “A Elite” –, a história cresce, se desenvolve muito bem e surpreende. Sim, surpreende! Cass transformou um livro que poderia passar como fútil e bobo em um livro para jovens com questionamentos interessantes, sensatos e atuais. Sacrifício, o papel da autoridade, força, lealdade, amor, amizade são apenas alguns dos temas discutidos no segundo livro. As páginas passam rapidamente à medida que os personagens amadurecem aos olhos do leitor. Os conflitos e personalidades que foram estabelecidos no primeiro livro são aprimorados no segundo de uma maneira coerente e muito, muito envolvente.
Em “A Elite”, das 35 meninas permaneceram no castelo apenas seis, que continuam na luta pelo coração (e a coroa) de Maxon. Sim, as coisas se complicam para o lado da jovem ruiva. America, de cara, parece ter feito sua escolha e nós, leitores, acabamos concordando com ela. Tudo está em ordem, mas Kiera Cass é safada e escreve de uma maneira que tanto a protagonista quanto os leitores acabam duvidando do que devem achar, do que devem fazer. E é essa incerteza que mantém as páginas sendo viradas uma atrás da outra, sem deixar o ritmo cair. Excelente!
Se em “A Seleção” tínhamos uma vilã, em “A Elite”, as linhas entre o que é certo, errado ou necessário estão mais finas, mais delicadas ainda. E em momento algum o leitor solta um “que absurdo!”, mas sim vários “eu não acredito! Coitado (a)! E agora?!”. A história se desenvolve orgânicamente, com a política entrando na trama com mais força, como se é esperado de romances distópicos. Mas não fica chato ou cruel demais, pois Kiera Cass mantém o romance como tema principal.
É normal o segundo livro de uma trilogia ou de uma série maior ser mais chato, perder a mão na trama. Mas isso não acontece com “A Elite”, que entrou para a minha lista dos segundos livros que não desapontaram (junto com “Em Chamas”, “Lua Nova” – sim, adoro e sou Team Edward, hein! – e “Aura Negra”, entre alguns poucos outros).
Para quem leu “A Seleção”, “A Elite” precisa ser lido o quanto antes (e será lançado em 23 de abril! Salve Jorge!!!! O santo, não a novela!). Mas aviso de um único problema: o desespero que será sentido pós a última página virada.
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