Uma das minhas manias como leitora é pegar livros dos quais não sei absolutamente nada de escritores de que também não conheço e mergulhar de cabeça nesse desconhecido. Recebemos na Redação da nossa editora parceira Rocco “Amanhã, Amanhã, e ainda outro amanhã” (tradução Carol Christo) de Gabrielle Zevin e peguei despretensiosamente para ler. Fui fisgada nas primeiras páginas e até descobri que tenho há anos outro livro dela na estante.
Sam e Sadie são amigos desde crianças e o que os une são os jogos, o amor pelos games. Eles são pré-adolescentes nos anos 1980, uma era em que computadores não eram tão acessíveis, onde os games começam dominar a cena e que a internet é algo distante. Acompanhamos os dois por mais de 30 anos e com isso as mudanças tecnológicas que aconteceram ao longo desses anos, mas essas mudanças são apenas um pano de fundo distante. O livro é centrado na relação entre esses amigos, com todas as complexidades que existem em uma relação que dura uma vida.
O livro de Zevin é tanto sobre amizades e parceria quanto sobre processo criativo e tecnologia. Os games, ao longo das décadas, são um universo de extrema criatividade, hoje é mais fácil encontrar super-heróis no cinema e boas histórias nos games. São essas histórias e a forma com que elas foram parar em um jogo formam uma segunda camada no enredo do livro. Sadie, Sam e Marx são apaixonados por games e o processo deles reflete quem são, suas vidas e sua parceria. Eles se conhecem como amigos e como jogadores e é esse encontro que molda a narrativa.
Terminei o livro com vontade de jogar Donkey Kong, River Raid, Mario, Carmen Sandiego e tantos outros jogos que forjaram o meu nada elaborado caminho no mundo dos games. Não são apenas os jogos e sim a complexidade das relações que duram décadas o que faz desse livro algo tão encantador.
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