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As Sombras de Outubro

Policiais são, definitivamente, um dos meus tipos preferidos de leitura. Ao longo dos anos passei a buscar escritores que não sejam americanos ou ingleses fazendo com que o espectro de narrativas de abrisse. Essa busca por visões diferentes do mundo faz com que me surpreenda mais com os enredos. É dentro dessa busca que abri “As Sombras de Outubro” de Søren Sveistrup (tradução de Natalie Gerhardt) assim que ele chegou às minhas mãos.

Nunca tinha lido nada de Søren Sveistrup só assistido alguns episódios da versão americana de The Killing e acredito que isso não consiste em conhecer seu trabalho. Foi assim que comecei a mergulhar na trama que começa como a maioria dos livros policias: um assassinato e um mistério. A morte e esquartejamento de uma mulher é investigado por uma policial em desgraça, Hess, e uma policial em ascensão, Lia. Sim, eu sei, isso também é um clichê, mas aqui ler um autor dinamarquês faz a diferença e a história começa a te envolver. É outra realidade, distante da nossa, uma outra forma de ver o mundo que não nos é familiar, nesse quesito o fato de bonecos de castanha – nome do livro no original – serem uma peça fundamental na investigação nos mostra quão longe estamos.

Nia e Hess começam a investigação e vão descobrindo conexões com outros casos, incluindo o desaparecimento da filha de uma ministra, mas essas questões vão sendo descartadas pela polícia por questões políticas. O chefe do departamento de homicídios está mais interessado nos holofotes e em sua reputação do que com a solução de qualquer caso. O serial killer em questão usa como assinatura bonecos de castanha (tive que buscar na internet imagens para que isso fizesse algum sentido para mim).

O caso é intrincado, cheio de falsas soluções, becos sem saída e policias a beira de uma colapso. Você como leitor fica do lado de Nia e Hess mas aqui falta algo. A construção deles é ruim, faltam algumas páginas para explica-los melhor. É como se na próxima temporada fôssemos ser presenteados por um episódio de flashback onde essas pontas soltas finalmente fizessem algum sentido, mas o livro não é uma série e nem tem outro volume para que os protagonistas sejam mais e façam mais sentido.

A história se desenrola, os corpos se acumulam, a politicagem segue atrapalhando, mas nossos dois protagonistas, ou melhor, Hess, desvenda o caso. O ultimo terço do livro é frenético, repleto de descobertas e, até mesmo, um flashback. Uma ótima leitura para os amantes de policiais. “As Sombras de Outubro”foi adaptado pela Netflix como uma série chamada “O Homem das Castanhas”, mas posso esperar para ver. Talvez aqui tenha um episódio de flashback que construa melhor a trajetória dos detetives.

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