Esse é o caso de um livro que comprei mais pelo nome do que qualquer outra razão. “Book Lovers” de Emily Henry tinha o título a seu favor e o fato de estar na lista do Goodreads de melhores livros do ano como indicação. O livro é apaixonante, daqueles que você não quer colocar de lado e ao mesmo tempo não quer que acabe.
Não conhecia nada do livro e nem da autora e isso contribuiu para o meu deleite com a leitura. Os romances de cidade pequenas, aqueles em que alguém que mora em uma cidade grande e que por algum motivo tem que passar um tempo em uma cidade pequena e nesse momento encontra o amor da vida e larga tudo para permanecer no interior, são uma clássica estrutura de romances. Aqui Henry resolve brincar um pouco com essa estrutura e nos apresenta Nora a namorada da cidade grande que sempre é abandonada e a transforma em sua mocinha.
Nora foi repetitivamente abandonada por namorados que em rápidas idas para cidades pequenas encontraram o amor da vida. Nora é uma ótima agente literária totalmente workaholic, seu mundo são os livros e sua vida em Nova York. Depois de mais um namorado terminar com ela ao encontrar o amor em uma pequena cidade sua irmã Libby a convence de uma viagem, umas férias com a irmã. Libby escolhe como destino a pequena cidade de Sunshine Falls, cenário de livros da principal autora representada por Nora.
Libby tem um plano para a irmã. Quer transforma-la em uma heroína de um romance em uma pequena cidade. A desconstrução desse clichês dos romances começa com a chegada de Nora em Sunshine Falls e seu encontro com Charlie, um editor que ela conhece de Nova York com que sempre teve péssimas reuniões. É claro que o casal Nora e Charlie serão nossos protagonistas e a jornada do casal com todas as transformações que os dois passam para que aceitem a relação que se desenvolve e como eles descobrem como ultrapassar todos os obstáculos que se apresentam.
Emily Henry vai desconstruindo os clichês da estrutura e ao mesmo tempo mantendo tudo que faz um ótimo romance. A jornada de Nora é mais detalhada, é ela que acompanhamos, ela não descobre que uma pequena cidade é seu lugar, pelo contrario, ela passa a ter certeza que ama morar em Nova York e mesmo assim ela é profundamente modificada pela estadia em Sunshine Falls e não apenas porque Charlie está ali. É uma jornada mais profunda e é tão ou mais importante no livro do que o amor entre os protagonistas.
Nora e Charlie se apaixonam em meio a muitas referências literárias, algumas inclusive que fazem parte do universo literário de Henry. São easter eggs para quem é familiarizado com a obra de Henry – eu não era mas isso mudou depois desse livro – o que deixa a leitura ainda mais interessante para pessoas apaixonadas por livros.
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