Antes de começar a escrever o que achei de “O Descompasso Infinito do Coração”, preciso deixar uma coisa clara: estou suspirando pelo Bernardo até agora.
Pronto. Falei. Tô leve.
Continuando, a queridíssima Bianca Briones, além de arrasar em sua participação no Clube do Livro (que você pode saber mais aqui) e de escrever os primeiros livros da série “Batidas Perdidas”, se superou ao escrever o terceiro livro da série “O Descompasso Infinito do Coração”.
Quando li “As Batidas Perdidas do Coração”, a primeira coisa que me deixou maluca foi a quantidade de personagens. No primeiro livro, são tantos que é fácil fazer confusão de quem namora quem, quem é ex de quem e quem é família. No segundo, todos pareciam conhecidos de longa data para mim. No terceiro, eu queria todos eles como meus amigos! Ou melhor, pude identificar várias características dos meus amigos neles e vice-versa. E essa é a magia da Bianca Briones: criar tantos personagens fictícios que gritam realidade sem perder aquele toque de idealização que só a literatura traz.
Em “Descompasso”, a sinopse já entrega: Clara, a moça tímida e recatada do grupo, casada e com dois filhos pequenos, é traída pelo marido. OH! SPOILER! NADA! Isso não é nem a ponta do iceberg, minha gente!
Arrasada, com autoestima lá no dedão do pé e preocupada com o futuro dos filhos, Clara recorre aos amigos para ajudar e Bernardo vem correndo. Não somente porque é melhor amigo dela desde sempre, mas porque sempre foi apaixonado por ela. E essa era a chance que ele precisava para mostrar que ele pode fazê-la feliz. Melhor ainda: que ela pode ser feliz sozinha. E isso é uma diferença que parece pequena, mas significa o mundo para uma mulher.
Quem acha que Bernardo é oportunista, se engana. Ele é o eterno apaixonado, aquele cara que desde jovem é louco pela mesma mulher, que a viu casar com outro homem, se tornar mãe, mas seguiu amando-a. E, gente, eu PASSO MAL COM HISTÓRIAS ASSIM! AMOOOO!
Ai! Respira, Frini! Foi mal, galera!
Continuando …. “O Descompasso” conta mais do que apenas a luta de Bernardo pelo coração de Clara. A mulher tem situações muito mais complicadas do que a traição do marido para resolver. E está tudo guardadinho no fundo do seu coração, puxando-a para baixo como uma âncora, pesando seus ombros que já carregam muito mais do que deveriam suportar. Aos poucos, Clara vai ganhando confiança em si e em nós, leitores e – alternando a narrativa com Bernardo – vai se abrindo sobre o passado, que é ainda tão presente para ela.
Página a página, torcemos com Bernardo, temos dicas sobre o que vem por aí entre Lex, Rodrigo e Branca (o triângulo amoroso que protagoniza “O Desapego Rebelde do Coração”, quarto livro da série), rimos muito com Vivi e Rafa, odiamos MUITO Eva e Juliana e é impossível não se identificar um pouco (ou muito) com Clara. A mulher sempre colocou a família na frente, a reputação do pai, a felicidade dos filhos e quando ela mais precisou, foi colocada na sola do sapato. E isso me revoltou muito durante a leitura, mas entendi muito o lado dela. Graças a Deus não passei pelas experiências que ela passou (não vou contar porque aí sim é mega spoiler!), mas entendo um pouco sobre ser fora do padrão e, ao invés de entender a beleza e o valor que tenho, focar no que não tenho ou não sou. E sei o poder da reflexão e do exercício tanto físico quanto o mental para aprimorar a nossa qualidade de vida e autoestima. Aqui, Bianca Briones explica o que é o Mahamudra, um estilo de vida que ela e Clara adotaram e que achei o máximo!
“O Descompasso Infinito do Coração” é diferente de “Batidas” porque não é sobre duas pessoas de mundos diferentes que têm problemas sérios para resolver. É sobre conhecidos de uma vida inteira e que precisam lidar com as amarras do passado para poderem vislumbrar um futuro juntos. O terceiro livro não é nem melhor nem pior do que os outros, ele é diferente. É como se os dois primeiros, por tocarem na história de Bernardo e Clara o suficiente para nos deixar curiosos, servissem de ambientação para o terceiro. É como se estivéssemos esperando o beijo, o “ato”, o tudo desde o início do primeiro livro. Nesse livro, somos um pouco Bernardo e somos um pouco Clara e isso é um equilíbrio perfeito para uma experiência literária.
E me recuso falar mais alguma coisa sobre o livro ou vou ferir a experiência de vocês! Leiam logo e depois contem aqui o que acharam!
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Eu adorei o Descompasso Infinito, mas, talvez por ter amado Batidas, tenha me decepcionado um pouquinho com a narrativa. Me identifiquei muitíssimo com a Clara, mesmo a achando um tanto indecisa e temerosa, mas compreendo. Por outro lado, Bernado é só amor. #cadeomeu? E é claro, poder rever os outros personagens,especialmente Rafa e Vivi, também somou pontos mais positivos. 😀
Bjs
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