Quem gostou de Perdido em Marte com certeza vai curtir Devoradores de Estrelas (Suma, trad. Natalie Gerhardt), o novo livro de Andy Weir. Aqui ele repete a fórmula: um cientista solitário usa a ciência para resolver problemas. Só que desta vez, o que está em jogo não é apenas a sobrevivência do nosso herói: é a existência não só da raça humana, como de boa parte da galáxia.
A história começa com um clichê de videogame (que o próprio autor admite): o herói acorda com amnésia, a bordo de uma nave espacial, sem saber o que está fazendo lá. Aos poucos, com flashbacks, ele vai se lembrando e executa a missão: descobrir o segredo de um fenômeno que é capaz de destruir a vida na Terra e em vários sistemas solares.
Weir expande a abrangência de sua visão e de seu universo literário, que passa a ter dimensões cósmicas, investigando grandes mistérios do Universo.
Falar muito mais sobre a história seria dar spoilers, e a graça da narrativa é justamente ir descobrindo os mistérios junto com o personagem. Weir é extremamente habilidoso em criar suspense através dos desafios científicos que o protagonista tem que enfrentar. E não é uma tarefa fácil, já que, assim como em Perdido em Marte, ele passa boa parte do tempo falando sozinho. Se tem uma coisa que se pode criticar, é que a gente fica com tanta certeza que o astronauta vai resolver cada problema, que o suspense se dilui um pouco. Mas não importa, o que interessa é acompanhar o processo de uma mente em busca de repostas na ciência.
E esse é o grande triunfo de Devoradores de Estrelas: é uma declaração de amor à ciência e ao pensamento racional. Algo de que estamos precisando muito nos tempos atuais.
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