O último livro do Quarteto de Nápoles, “História da Menina Perdida” (tradução Mauricio Santana Dias), fala sobre a maturidade e a velhice das amigas Lina e Lenu. A narrativa perde um pouco do ritmo e fascínio dos livros anteriores e mesmo assim consegue ser uma leitura.
Assim como no livro anterior o foco maior é na vida da narradora, Lina é um personagem importante, claro, mas não é mais o foco da narrativa. Aqui Lenu faz mais reflexões sobre si, sua trajetória, sua família e suas escolhas. É quando a narradora volta a morar no bairro de sua infância, volta a ter uma convivência mais próxima com Lina e tudo o que isso implica.
Na ultima parte da narrativa de Elena Ferrante volta a mesma formula do primeiro livro: a obsessão de Lenu por Lina. É como se ela tivesse um complexo de inferioridade ou um caso extremo de “a grama do vizinho é mais verde”. Não há momento calmo ou turbulento da vida que a narradora não compare com a da amiga. A repetição de como Lina é brilhante e como Lina trama situações é fascinante em “Amiga Genial”, quatro livros depois é um pouco repetitivo além da conta. Mesmo não tendo o mesmo arrebatamento dos livros anteriores a vontade de saber como tudo se deu faz com que se siga a leitura.
Diferente dos livros anteriores nesse há um acontecimento inimaginável que muda toda a dinâmica da amizade entre as duas. É desse momento em diante que os acontecimentos da história italiana aparecem mais nas páginas, mesmo sem ser nomeada a Operação Mãos Limpas está lá, a confusão política Italiana, a máfia, tudo aparece como um pano de fundo mais vívido.
O Quarteto de Nápoles é uma série se livros de formação. É a vida de Elena Grecco contada por ela mesmo, algumas vezes em detalhe, algumas vezes atabalhoadamente, muitas vezes se misturando com a história Italiana e suas metamorfoses ao longo de 60 anos. O todo é uma grande leitura, cativante que li quase como um único volume.
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