Filme Saiu das páginas

Maze Runner – A Cura Mortal

Uma doença chamada Fulgor recaiu sobre o mundo dizimando quase toda a humanidade e um grupo conhecido como CRUEL sequestra jovens adolescentes imunes para fazer testes envolvendo tortura a fim de encontrar a cura. Liderados por Thomas (Dylan O’ Brien), a resistência precisa penetrar os muros da última cidade que ainda não foi dominada pela doença para salvar Minho (Ki Hong Lee), amigo de Thomas e do grupo rebelde desde a época do labirinto do primeiro filme, que está nas mãos e à mercê dos experimentos desumanos do CRUEL.

Para encerrar a trilogia, baseada na obra de seis livros de James Dasher, os criadores, sob a direção de Wes Ball, mantiveram o ritmo de ação e tensão dos outros dois filmes, mas dessa vez acrescentando um tom a la Mad Max para adolescentes principalmente na cena de perseguição no início da história. (Comi a pele de todos os dedos da mão!) Enquanto no primeiro filme nós tivemos o mistério e no segundo, muitas perguntas, agora obtivemos finalmente as respostas que tanto esperamos ao longo da franquia. Porém, embora a produção tenha como base as cenas de ação, o roteiro não deixa a desejar nos questionamentos e levantamentos típicos das distopias onde a nuvem cinza do certo e errado envolve e revela os espectros das decisões e ideologia dos personagens.

A dualidade é definitivamente o ponto que mais me chamou atenção. Nem todos os personagens ganharam desenvolvimento e destaque suficiente para tornar isso ainda mais visível, como era de se esperar, mas os principais, protagonistas e antagonistas, tiveram seus momentos de luz e escuridão, o que mostra um baita de um amadurecimento em relação aos outros dois filmes que pecavam um pouco para o maniqueísmo em excesso. Exceto pelo personagem do Aidan Gillen, que é o vilão óbvio e clichezento que não cresce, não muda, nem acompanha as mudanças da história; não sei dizer se por falha de roteiro, direção ou do próprio ator, quase todos os outros personagens ganharam lados opostos da moeda. Antagonistas como Ava (Patricia Clarkson) e Teresa (Kaya Scodelario), com objetivos, questionamentos e agenda próprios são exatamente a sustância e, ao mesmo tempo, o sabor extra de uma obra de distopia que a franquia necessitava para concluir satisfatoriamente. Seja por uma cegueira ambiciosa, ideologia ou teimosia, os personagens seguem seus próprios interesses e os relacionamentos criados e seus diálogos intensificam essa mensagem de dualidade e ambiguidade do certo e do errado, o que torna tudo mais complexo e me fez me interessar ainda mais pelo universo criado por James Dashner.

Maze Runner – A Cura Mortal, assim como outra distopias de sucesso como Divergente e Jogos Vorazes, acerta em cheio ao apostar na amizade e no crescimento da relação entre os protagonistas e antagonistas como elemento-chave. É praticamente a base de todas as franquias de sucesso da cultura pop. É possível que agrade tanto ao público leitor quanto o pessoal que só vem acompanhando a franquia nas telonas. De qualquer forma, o sucesso é garantido!

O que me leva às seguintes perguntas: qual e como será a próxima grande distopia de destaque e quando nós poderemos consumi-la seja no cinema o na literatura? Porque, não sei quanto a você, mas estou órfã desde Jogos Vorazes e não vejo a hora de devorar uma obra como essa outra vez.

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