Foi essa última frase que me ganhou e levei para o caixa feliz um exemplar de “Noivas em Fuga” (Tessa Dare e Christi Caldwell, tradução de Nilce Xavier – Editora Gutenberg). Sim, eu comprei meu exemplar na Livraria da Travessa no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, Fui de máscara, passei álcool nas mãos antes de entrar e depois de sair e, no meio de período que estava lá e manuseei livros, mãos longe do rosto sempre. É possível!
Voltando para a resenha… eu amei a segunda frase e entendi a primeira. O “escandalosas” em um contexto de romance de época não quer dizer que a mulherada berra a plenos pulmões e paga mico. Quer dizer que elas não seguem padrões de uma sociedade extremamente machista e patriarcal do século XIX (que melhorou dois séculos depois, mas ainda tem um longo caminho pela frente!). Se eu amei a segunda frase, eu me identifiquei com a primeira e TCHACHIN! Meu dinheiro se mandou para a livraria e com prazer.
O livro é composto por duas novelas – maior que um conto, menor que um livro – que têm como tema o título “noivas em fuga”. A primeira – “Noiva disponível” foi escrita por Tessa Dare, e quem lê o gênero sabe muito bem quem ela é. Já Caldwell eu não tinha lido anteriormente e conheci por meio da novela “Duquesa por um dia”.
Pasmem: curti mais a leitura de Caldwell do que da Dare! Embora ambas sejam envolventes e contem com personagens deliciosos de ler, senti que a primeira história foi escrita com pressa. Tem uma reviravolta sensacional no fim da narrativa da Tessa Dare, e que passou sem o aprofundamento que merecia. É ruim? De jeito algum! Só poderia ter tido mais edição para extrair todo o potencial que aquela história tem. O trope* “de amigos a amantes” não é um dos meus favoritos, mas a história também conta com um trope que é “amor proibido”, e aqui está na melhor situação: ele sempre foi apaixonado por ela, mas nunca pode revelar seu amor. Eu AMO isso! E justamente por amar tanto, fiquei meio na pista. Mas a leitura foi gostosa mesmo assim. Da Tessa Dare, recomendo muito “Um Casamento Conveniente” (também da Gutenberg e tradução de A. C. Reis). Eu ainda tenho que ler as séries dela. Estão aqui (cortesia do desapego da minha amiga Luly Trigo), mas ainda estão na fila de leitura.
Já a segunda novela – “Duquesa por Um Dia” é redondinha e, por mais que se repita em alguns pontos, entrega tudo que promete em um trope “segunda chance”, que é um dos meus favoritos. Aqui, seguimos mais o que está se passando na mente e coração dos protagonistas, algo que senti falta na primeira história.
“Noivas em Fuga” é uma excelente pedida para quem quer ler um romance de época, mas está entre leituras, não tem muito tempo para investir no momento, ou quer testar as águas desse gênero literário. Amo contos e novelas justamente por isso: aliviam a tensão entre leituras (ou entre afazeres do trabalho ou diários). São curtos o suficiente para quem tem pouco tempo, mas impactantes o suficiente para querermos conhecer outros trabalhos das autoras ou do gênero.
Para conhecer a sinopse de cada novela, clique aqui!
*No Brasil, chamamos trope de clichê, quando nos referimos a um tema ou ferramenta narrativa de fácil identificação por uso repetitivo. Por exemplo, chamamos triângulos amorosos de clichê quando também é um trope. Só não utilizo clichê porque tem um tom pejorativo, quando trope é algo que faz parte das características de alguns gêneros literários.
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