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Indicados Nebula 2021

Começa a temporada de premiações dos melhores de 2021, e esta semana a Associação de Escritores de Ficção Científica e Fantasia da América anuciou os finalistas ao prêmio Nebula e tem muita coisa boa – e todos escritos por mulheres.

Piranesi é a volta de Susanna Clarke, que em 2004 publicou o maravilhoso Jonathan Strange & Mr. Norrell. Piranesi vive sozinho numa misteriosa, labiríntica, e ao explorar a casa, aos poucos descobre um mundo muito além do que imaginava. The City We Became, de N. K. Jemisin, expande um conto de 2016 em que a cidade de Nova York atinge consciência e vida próprias, e tem que enfrentar um mal cósmico. Mexican Gothic, de Silvia Moreno-Garcia, já foi resenhado aqui, e por enquanto é o único dessa lista publicado em português. Em Black Sun, Rebecca Roanhorse cria uma fantasia épica inspirada nas mitologias das civilizações pré-colombianas. A protagonista de The Midnight Bargain, de C. L. Polk, precisa se casar para salvar a família da ruína. Mas isso significa renunciar aos poderes que podem transformá-la numa grande feiticeira. Network Effect, de Martha Wells, é mais um capítulo da série The Murderbot Diaries, sobre um ciborg programado para serviços de segurança (leia-se: eliminar sem piedade qualquer ameaça aos patrões), que adquire vontade própria. Muita ação e um personagem central que é um achado: no fundo, Murderbot não quer violência, só quer ficar assistindo a seriados um paz… Premiação dia 5 de Junho.

Hoje também é o último dia para indicar candidatos ao prêmio Hugo, escolhido por votação entre leitores que participam da Convenção Mundial. Na minha cédula, a minha filosofia foi priorizar escritores novos, por isso deixei de fora alguns mais cotados, como os já mencionados Network Effect (a série já ganhou vários Nebulas e Hugos) e Mexican Gothic (este porque considero mais terror do que fantasia ou fc), e The Ministry for the Future, de Kim Stanley Robinson, um épico num futuro bem próximo mostrando as catastróficas consequências das mudanças climáticas, mas sempre com esperança nos cientistas que tentam salvar o planeta.

Então na minha cédula botei o estreante Simon Jimenez, com The Vanished Birds, onde um rapaz tem a chave para viajar além da velocidade da luz e vira alvo de interesses poderosos. The War of the Maps, de Paul McAuley é uma aventura de vingança em um mundo complexo numa Esfera Dyson (um mundo artificial construído em volta de uma estrela). Machine, de Elizabeth Bear, é um mistério envolvendo inteligência artificial e experiências proibidas num gigantesco hospital espacial. Architects of Memory, primeiro romance de Karen Osborne, tem conspirações, super-armas, guerras espaciais, mas também questões de identidade e memória. Outra estreante, Micaiah Johnson, cria em The Space Between Worlds um multiverso em que algumas pessoas podem viajar a mundos paralelos, mas apenas aqueles em que a outra versão dela já morreu. Acima de tudo é uma reflexão sobre como poderiam ter sido nossas vidas se tomássemos decisões diferentes, ou certos acontecimentos tivessem tomado outros rumos.

Bom, ano passado só um dos meus escolhidos chegou entre os finalistas… O anúncio dos indicados ao Hugo será no fim de semana da Páscoa. 

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