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O Crepúsculo e a Aurora

Ken Follett me conquistou em “Os Pilares da Terra” e desde então leio tudo dele que me cai na mão. É a minha leitura preferida para relaxar. Os livros são sempre uma mistura de história, bons personagens, boa trama e boa escrita. “O Crepúsculo e a Aurora” tem todos esses elementos e ainda satisfaz os fãs de “Pilares da Terra” ao apresentar como Kingsbridge foi criada e fundada.

A trama cobre uma década da vida dos personagens, de 997 até 1007, de uma Inglaterra cheia de problemas que luta contra os saques das invasões vikings e que ainda não estabeleceu seu poderio. Edgar, Ragna e Aldred são nossos guias através nessa década. Um construtor, uma nobre e um religioso, nada mais Follett do que essa trinca. Os três são um pouco fora dos padrões de seu tempo. Edgar é um honesto e dedicado construtor que tem grandes paixões e é fiel a elas, Ragna é uma mulher com muita habilidade politica e que quer conseguir escrever o seu próprio destino e Aldred quer que os fies e, principalmente, os religiosos sigam as leis de Deus e, ao mesmo tempo, quer construir uma grande biblioteca.

É através do olhar desses três personagens que vamos acompanhando anos bem difíceis para a Inglaterra. É a construção de uma sociedade que ainda conta com a bigamia, escravos e muitas dificuldades. É o fim dos anos de trevas e o começo de um rico período que Follett já destrinchou em outros livros, aqui é o começo, a aurora, que está no título.

As tramas políticas, os casamentos arranjados, a disputa de poder entre nobreza e clero, entre senhores e, até mesmo, entre o Rei e seus senhores são o que há de melhor no livro. As intrigas, as reviravoltas, os planos, os ataques e contra-ataques. Tudo o que faz um bom thriller político estão aqui. Minhas ressalvas são as mesmas para qualquer livro de Follett, Edgar e Aldred são homens que não existiriam no tempo em que são colocados, são homens que seriam críveis nos dias de hoje, na idade média, é um pouco mais difícil de acreditar. Ragna é mais crível e, lamentavelmente, atual. As violências a que é submetida existem até hoje e isso é ao mesmo tempo desesperador e faz um bom livro.

Não quero dar spoilers mas o que mais me decepcionou no livro foi a saída simplista e repetida (é a mesma de “Coluna de Fogo”) que Follett usa para resolver o problema com o seu melhor vilão me irrita um pouco. O escritor é bom o suficiente para criar saídas melhores e mais satisfatória para concluir algumas histórias. Isso não faz a leitura ser menos prazerosa.

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