Livros Resenhas

O Menino na Ponte

Aqui na Redação do Cheiro de Livro sou, provavelmente, a que menos entende de terror e de quadrinhos. Mesmo com esse péssimo histórico peguei “O Menino na Ponte”, de M.R. Carey (tradução de Edmundo Barreiros), para ler, afinal, amo uma distopia e é exatamente esse o pano de fundo aqui.

“O Menino na Ponte” faz parte do mesmo universo de “A Menina que tinha dons”, ou seja, a humanidade foi devastada por um fungo que se aloja no sistema nervoso humano e transforma as pessoas uma espécie de zumbis ou, como são chamados no livro, famintos. Como sabemos agora é bem fácil ver como todo o roteirista de filme de zumbi estava completamente certo e a humanidade é capaz de se autodestruir mesmo sabendo como se proteger. Em busca de uma vacina ou cura uma expedição com militares e cientistas sai das muralhas de Beacon, onde os sobreviventes vivem, e percorrem terras hostis.

Entre os cientista há um adolescente, Stephen Greaves, um gênio com sérios problemas de sociabilidade e a Dra. Khan que funciona como uma figura materna para o jovem. A trama toda se desenrola dentro de Rosie, o blindado que funciona como veiculo e casa da expedição e as incursões em cidade abandonadas e recheadas de famintos. A narrativa se alterna entre os personagens e um narrador onipresente. A história vai e volta contando algumas passagens de vários ângulos e isso vai enredando o leitor na trama.

O livro não é simplesmente um livro sobre um apocalipse zumbi ou como a humanidade está ameaçada por um fungo destruidor, é um livro sobre pessoas e suas decisões e escolhas em situações extremas. Há uma trama política, há as pequenas alianças, traições e descobertas. Os famintos e o fim da humanidade como conhecemos é apenas um pano de fundo para tratar de aspectos bem humanos e é isso que faz do livro uma grande leitura.

Terminei de ler “O Menino na Ponte” com vontade de continuar naquela mundo e com isso “A Menina que Tinha Dons” já está comprado e eu aguardo a sua entrega para voltar para esse mundo pós-colapso onde um fungo destrói e consome todos. Eu sei que pode ser uma leitura estranha para se ter em meio a uma interminável pandemia, mas a literatura serve também para isso, não é mesmo, conseguir nos fazer processar no mundo da imaginação situação muito reais.

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