“Se tu vens às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz.”
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”
“O essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração”
“É preciso que eu suporte algumas lagartas, se quiser conhecer as borboletas…”
“O Pequeno Príncipe” (de Antoine de Saint-Exupéry) é uma fonte farta de aforismos e belas lições de vida, talvez por isso esteja entre os livros preferidos de quase todas as candidatas a miss universo e das montagens de frases para facebook. De fato, ao olhar de longe quando eu era mais nova, O Pequeno Príncipe me parecia uma historinha tão auto ajuda, que eu tinha preconceito de lê-lo (já disse aqui que tenho preconceito literário, né?). Como eu fui tola. Não tinha alguém pra me guiar, pra me mostrar o quanto seria linda essa jornada, não tinha um princepezinho especial, como teve o autor da história, pra me mostrar que desenhos de cobras que engoliram elefantes devem ser reconhecidos como uma obra de arte inteligentemente assustadora, e não enxergadas como um chapéu. Eu era uma alma velha presa a um corpo jovem, e todos sabemos, idade é uma questão de visão de mundo, não de tempo de estrada.
A questão é que O Pequeno Príncipe repousou solitário na minha estante por um bom tempo, fruto da doação de uma prima (aqueles livros que passam de casa em casa e que, só por isso, já tem uma grande história pra contar), e eu perdi a oportunidade de lê-lo ainda na idade infanto-juvenil. Quando li, foi paixão à primeira frase, e repeti a leitura por várias e várias vezes, sempre aprendendo um pouco mais com esse pequeno viajante oriundo de um universo tão distante e ao mesmo tempo tão perto. Hoje é um dos meus livros preferidos, e digo a todos que é uma leitura essencial PRA VIDA.
Mas ainda sinto um vazio em mim quanto a esse livro quando penso que foi com olhos de adulta que conheci o princepezinho… Penso que as crianças seriam capazes de extrair uma interpretação diferente da história, talvez ainda mais simples, ainda mais pura, e me frustra um pouco saber que o meu eu criança, na ânsia de agradar os adultos, perdeu a chance de aprender com o Príncipe, que os adultos é que deveriam venerar a sabedoria infantil.
É um livro para todas as idades, mas especialmente para a idade em que, anestesiados pela vida, esquecemos de dar valor ao que realmente importa.
Hoje empresto o meu O Pequeno Príncipe pra quem quiser, e o leio pra todas as crianças que posso. Nos olhos dos pequenos ainda tenho esperança de encontrar o que perdi quando eu mesma tinha aquela inocência miúda, e soluções simples para tudo.
Quem sabe um dia ainda encontrarei um pequenino, de cabelos claros como trigo e elegante postura de príncipe que me peça encarecidamente:
“Por favor, desenha-me um carneiro.”
Compre aqui:
Apaixonei-me pelo Príncipe no primeiro momento em que o conheço. E agora outra vez, vendo-o descrito nas linhas acima…
Obrigada por te-lo apresentado!
Belo texto! Parabéns!
Iane, sua descrição torna o livro mais fantástico e valioso! É realmenteapaixonante e único! Deveria ser leitura obrigatória em todas as escolas para que todas as crianças tivessem a oportunidade de conhece—lo.