Livros

Os Corações Perdidos

Celeste Ng me conquistou logo nas primeiras páginas de “Tudo que Nunca contei” e consolidou meu interesse em “Pequenos Incêndios em toda parte”. Quando vi que ela estava para lançar um novo livro e que ele seria uma distopia me animei bastante para a leitura. Seria algo diferente do que ela tinha escrito, algo que ela desenvolveu em uma realidade com aumento do preconceito contra asiáticos por causa da Covid. Muitos elementos para tornar o “Os Corações Perdidos” (Tradução de Fernanda Abreu) um livro a ser esperado.

Em um futuro os EUA, depois da Grade Crise, instituíram o PACT, lei de proteção a cultura americana, o grande inimigo são os chineses e com isso há uma crescente onda contra asiáticos em geral. Esse é o mundo distópico que Celeste cria para o seu novo livro. Toda a sociedade é exatamente igual, mas há uma lei que permite a discriminação de asiáticos. Nossos olhos para essa sociedade são os de um adolescente, Bird, filho de uma mãe de origem asiática e de um pai americano.

Celeste coloca muitos dos horrores já feitos em diversas sociedades em nome da defesa nacional e os coloca aqui. A policia moral, a vigilância social em busca dos não nacionalistas, os super poderes do Estado, enfim, todas as arbitrariedades que ao longo dos anos todas as sociedades já viveram e muitas ainda vivem.

Bird vai entendendo aos poucos quem é sua mãe, porque ela desapareceu de sua vida, como o PACT afeta sua cotidiano. Tudo vai sendo construido aos poucos pelo olhar de um adolescente. É sua amiga Sadie que começa a abrir seus olhos para o que está acontecendo. É maravilhoso que os lugares de refugio, o local da resistência sejam as bibliotecas. Bird vai descobrindo aos poucos o que está acontecendo e vai montando a trama que culmina na descoberta de que o governo retirar filhos de qualquer pessoa que eles achem anti patrióticas.

O livro é um alerta para caça as bruxas que volta e meia atingem sociedades e todos os horrores que isso pode gerar. É sobre aqueles momentos na história quando uma religião, uma raça, uma ideia política. Foi assim no nazismo, no Macarthismo e em tantos outros. “Os Corações Perdidos” não é um grande livro, mas tem uma enorme mensagem, ainda mais com o crescente ódio ao diferente que se vê potencializados pelas redes sociais.

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