A maior estrela do cinema de todos os tempos resolve dar uma entrevista depois de anos e escolhe a dedo a repórter que a irá entrevista-la. Essa é a narrativa que inicia o livro de Taylor Jenkins Reid. Antes de falar qualquer coisa sobre o livro tenho que dizer que li Evelyn Hugo depois de ter lido o ótimo “Daisy Jones & The Six“, é uma informação importante para quem é conhecedor da obra de Reid. Foi Daisy Jones que me trouxe até Evelyn Hugo.
Do que li da obra de Reid até o momento essa é história com melhor elaboração, mas não a com a melhor construção. A construção de Evelyn e do toda a indústria cinematográfica ao longo das décadas é redondinha, daquelas narrativas que fazem as pessoas irem buscar se Evelyn Hugo é alguém real e não apenas um personagem em um livro. A minha questão aqui é que toda a narrativa do presente, a história que envolve Monique é algo completamente desnecessário, desvia a atenção do leitor do que é mais interessante, tenta criar um mistério que não funciona. Esse excesso Reid resolve em Daisy Jones com maestria.
Voltando a história e deixando a forma de lado o livro é ótimo. Evelyn Hugo e suas contradições, sua vida de fachada e, é claro, seu amor proibido é envolvente. A relação de Evelyn com Celia e Cameron, os dois amores de sua vida, é muito bem contada ao longo das décadas. Fala sobre sucesso, o mundo das aparências, o escrutínio público da vida dos famosos e os efeitos disso na vida privada. Temas bastante atuais e que aqui são abordados envoltos por uma linda historia de amor e amizade com todos os altos e baixos que essas historias tem. Há apenas um aspecto desse enredo que me parece uma chance perdida, a relação de Célia com a filha de Evelyn, há uma aceleração na narrativa nesses anos que poderiam ser melhor explorados, nada que comprometa a leitura.
O livro teve seus direitos vendidos e será adaptado em uma série e esse é daqueles livros que é possível ver as cenas a cada página. Agora é aguardar para ver a vida de Evelyn Hugo nas telas.
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