Livros

Worldcon – Parte III

CONTATOS IMEDIATOS COM ESCRITORES

O grande barato da Convenção Mundial de Ficção Científica é poder conversar com escritores. Vale a pena, por exemplo, chegar cedo nos painéis de Connie Willis, porque ela sempre conversa muito. Às vezes são momentos breves, mas sempre divertidos.

No painel sobre Ficção Científica internacional, Sue Burke comenta sobre a antologia Solarpunk que vem do Brasil. No fim, me aproximo e me apresento como brasileiro, e ela diz que adora o livro, e que ajudou a botar de pé a edição em inglês. 

Todos autografados pelos autores

Na hora da sessão de autógrafos de S. B. Divya, não encontro mais o livro de estreia dela pra comprar. Mas como ela tem uma pilha de livros na mesa, me aproximo sem graça (não tem ninguém na fila) e pergunto se ela está vendendo. Ela diz que não, que está dando mesmo aqueles ali… Eu falo que votei pra indicar Machinehood ao Hugo (infelizmente não chegou lá), e ela me dá não só o último exemplar em capa dura,que tinha ali, mas também uma cópia antecipada do próximo livro, Meru, que só sai ano que vem! E de brinde, um folheto do “manifesto pelos direitos das inteligências artificiais” que é parte da trama de Machinehood. Uma simpatia.

Outra simpatia é Suzanne Palmer (que viria a ganhar um Hugo). Eu tinha perdido a sessão de autógrafos dela. Na palestra sobre universos alternativos, ela diz que quem esbarrar com ela por aí pode ficar à vontade pra parar e conversar, então… Encontro com ela por acaso na lojinha do hotel, e tiro da bolsa o programa da convenção, que ela assina com a maior boa vontade. É assim, os escritores também estão ali pra se divertir e conhecer gente. 

Arkady Martine autografando o livro que ganhou o Prêmio Hugo; a fila ao fundo é de Charles Stross

Na sessão de autógrafos de Sarah Pinsker, uma das minhas preferidas atualmente, faço uma pergunta inevitável. Meses antes da pandemia, ela publicou A Song for a New Day, pelo qual ganhou o prêmio Nebula, em que imaginava um mundo de distanciamento social causado por uma… pandemia. Perguntei como estava se sentindo numa convenção com tanta gente, e ela admitiu que estava meio atordoada, depois de dois anos trancada em casa. Mas valeu a pena: se nos dois últimos anos ela apareceu várias vezes virtualmente para agradecer premiações (3 Nebulas, 1 Hugo, 1 Locus, 1 Philip K. Dick) agora chegaria a vez de receber em pessoa, no palco. 

Pego o autógrafo também de Meg Elison, e elogio o painel com ela na véspera, sobre o tema da “Garota Final” de tantos filmes e livros de horror. E ela dá uma risada: “Eu adoro sentar ao lado da Seanan (McGuire, que também escreve como Mira Grant) e falar alguma merda pra provocar ela!”

Os homenageados, sem máscara apenas porque estavam longe da plateia

E tem os convidados de honra, que são uma simpatia. Na verdade, São casados, e se conheceram anos atrás numa convenção! Steven Barnes não só é um excelente escritor de FC e Terror, mas dá cursos (online inclusive) sobre Afrofuturismo. Eu digo que é a minha primeira Worldcon, e uma honra conhecê-lo, e ele responde que ele é que se sente honrado com a homenagem. Para a risonha Tananarive Due, comento que sou do Brasil, onde as religiões de matriz africanas são fortes, e que gosto da maneira como ela usa a mitologia Iorubá e os Orixás nas histórias dela. Ela fica espantada de eu ter vindo de tão longe!

Isso tudo sem falar dos autores novos, muitos sentados nos seus stands vendendo os próprios livros autopublicados. Eu levo os livros de duas, chegando a um total de 19 livros. “Quer que assine?” Claro!

No próximo capítulo: A mais longa jornada

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