Livros Resenhas

A Biblioteca da Meia-Noite

“A Biblioteca da Meia-Noite” (tradução de Adriana Fidalgo) chamou minha atenção pela edição linda (a capa brilha no escuro) e depois pelo sucesso que ele está fazendo pelo mundo. Não sabia nada sobre o livro, apenas que é escrito por Matt Haig que tinha me conquistado em “Como Parar o Tempo“. Haig é um ótimo escritor mas o livro não me conquistou.

Nora é uma mulher de 35 anos que luta contra a depressão e se arrasta pela vida sobrecarregada pelo peso de seus arrependimentos. Em um momento particularmente desesperançoso ela decide acabar com tudo. É no limbo entre a vida e a morte que Nora conhece a Biblioteca da Meia-Noite. Uma biblioteca que tem apenas livros com uma protagonista: Nora, cada livro ali conta a história dos multiversos que Nora habita. Cada decisão que ela tomou poderia ter levado a protagonista a outro caminho e cada livro representa esse novo caminho.

A explicação para a biblioteca vai sendo apresentada ao longo do livro, mas a principal razão de ser do livro aparece logo de cara: o livro dos arrependimentos. Um livro pesado com tudo que Nora passou a vida pensando sobre o “e se”, quem nunca pensou como seria a vida se tivesse dito sim ao invés de não? Se tivesse aceitado aquele convite? Se tivesse continuado naquele caminho? É ali, quando Nora começa a viver os caminhos alternativos, começa a vislumbrar outros horizontes que o seu livro doa arrependimentos vai ficando mais leve e ela vai realizando o que é a sua vida e como seus medos e arrependimentos a paralisam. Sim, o livro é montado para ser uma ode a vida, uma forma de se lutar contra o suicídio.

Entendo tudo que Haig faz o livro, aprecio como ele escreve, mas não compro o todo. Todos os maiores arrependimentos tem histórias alternativas com custos enormes, as escolhas mais simples não entram em conta, Nora tem talentos monstruosos, está longe de ser uma pessoa dita normal. Tudo é exagerado, os talentos, as alternativas, tudo. Para piorar no meio de tudo isso há um furo na lógica do livro. Nora conhece um francês que também pula de vida em vida, testando as alternativas, mas ele está tendo um aneurisma. Se esse limbo com multiversos é uma forma de valorizar a vida que temos, o francês não pode jamais encontrar a sua vida ideal, aneurismas estourados não tem muita solução, se ele escolher uma vida, voltará para a sua e morrerá de qualquer forma.

Eu consigo entender o sucesso que “A Biblioteca da Meia-Noite” faz, mas não é um livro que tenha me conquistado. Li, mas não consegui comprar a ideia. Ter os capítulos salpicados de citações de grandes filósofos me pareceu mais um recurso quadros motivacionais do que qualquer outra coisa.

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