Resenhas

Como Parar o Tempo

Tem livros e autores que, do nada, começam a me perseguir, esse é o caso de Matt Haig. Nunca tinha lido nada dele e, de repente, tinha três livros dele na minha mão, recebidos de fontes diversas. Não brinco com os deuses da literatura e fui logo pegando o primeiro da pilha “Como Parar o Tempo” (tradução Carla Bitelli) e lá fui eu mergulhar em uma vida de séculos.

Tom Hazard tem anagenia, ou seja, ele não envelhece como os demais mortais, da puberdade em diante seu envelhecimento é retardado e, por isso, ele vive séculos. A condição é aliada a um super sistema imunológico que garante a sobrevivência mesmo diante de pestes e pandemias. Não é fácil sobreviver durante tanto tempo e para isso Tom é membro da Sociedade Albatroz, o nome é péssimo e até o personagem sabe disso.

Tom, do alto dos seus mais de 400 anos, está em crise. Não sabe mais o que quer, se quer algo, enfim uma clássica crise de meia idade. Ele resolve então virar professor de história do ensino médio em Londres e reviver momentos mais importantes da sua longa vida como seu grande amor e seus encontros fortuitos com grandes nomes da história.

Os capítulos se alternam entre o hoje e os muitos passados de Tom. É uma história de mor, o amor passado e a possibilidade de um amor presente, mas é essencialmente um livro sobre o tempo e como nós o sentimos e compreendemos.

Tom está preso no passado e isso o impede de seguir adiante. O medo do futuro faz com que ele viva e reviva apenas o que já passou. É incapaz de ver como certos momentos, acontecimentos duram séculos e outros duram segundos e são automaticamente jogados no esquecimento. A importância dos fatos determina, na nossa memória, o tempo que eles têm. Tom passa mais de 400 páginas ou mais de 400 anos para compreender o tempo.

A jornada é interessante e o desfecho é óbvio. Aguardo esperançosa a adaptação cinematográfica que será feita por Benedict Cumberbatch, o personagem é a cara dele.

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