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A mulher na janela

Estou tão atordoada que não sei ao certo como começar a escrever essa resenha. Não sei se começo pela excelente caracterização da protagonista feminina, sendo o autor um home; se falo que o timing narrativo é milimetricamente correto para a história sendo contada; ou se comparo a leitura de “A Mulher na Janela” com um filme de Alfred Hitchcock. Ou tudo isso acima e muito mais!

Escrito pelo americano A. J. Finn, “A Mulher na Janela” conta a história da psicóloga infantil Anna Fox que, após uma situação traumática, encontra-se confinada à sua própria casa, sofrendo de uma grave crise de agorafobia. Ou seja, ela não consegue sair de casa, nem abrir as janelas, nem pensar em chegar perto do portão. Então ela passa os dias on-line, bebendo MUITO vinho e espionando os vizinhos através da lente de sua câmera. Até que novos vizinhos se mudam e ela testemunha um crime.

O problema é que ninguém acredita nela: nem a polícia, nem os amigos, ninguém. O fato de ela estar abalada emocionalmente e mentalmente – além de tomar MUITO vinho e muitos remédios (que não devem ser tomados com álcool) – é um baque em sua credibilidade. Mas ela sabe o que viu e reforça: “Não é paranoia se está realmente acontecendo”.

Aí, quem viu “Janela Indiscreta” de Hitchcock lembra de uma situação similar: o protagonista é um jornalista fotográfico famoso e que está com as duas pernas quebradas, logo, o único passatempo que tem é espionar os vizinhos até que …. ele testemunha um crime! Mas se você acha que ler “A Mulher na Janela” é reviver uma história já contada/vista, pensou errado! O autor até presta homenagem em todo o livro ao mestre Hitchock ao ter sua protagonista apaixonada e viciada em filmes antigos, principalmente os de mistério.

A narrativa de “A Mulher na Janela” é excepcional! Geralmente, gosto mais de assistir a filmes de suspense do que ler livros do gênero, mas esse me deixou atracada com as páginas até acabar! E a voz de Finn por meio de Anna é algo incrível, principalmente por ser seu primeiro romance e por personagem e autor terem gêneros diferentes. Vai ser difícil A. J. Finn se superar no próximo livro, mas já estou curiosa para saber o que vem por aí.

Dica? Não leiam mais nada sobre “A Mulher na Janela”! LEIAM O LIVRO! Qualquer detalhe a mais pode entregar algum ponto importante da história e isso estraga a experiência. A única coisa que preciso contar – que não é spoiler! – é que todas as questões são explicadas e resolvidas e desvendadas até o final do livro. E que livro, gente! Que livro!

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