Fins de Mundos – I

    Acabar com o mundo não é, necessariamente, destruir o planeta ou a humanidade. O que chamamos de mundo (esse espaço simbólico e físico, comum e inacessível), das nossas experiências afetivas, sensuais, éticas e estéticas, também pode ser destruído para que novas formas e possibilidades – futuros – surjam. Habitar nas ruínas, ter cautela… Continuar lendo Fins de Mundos – I

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Os olhos de um monstro

Os olhos de um monstro   “Conto de terror, mas o rosto é um conto de terror.” Era um monstro que espreitava durante as últimas horas da madrugada. Os olhos imensos, abertos ao lado das cortinas que oscilavam imperceptivelmente com o ar suave do ar-condicionado. Os olhos eram brancos, como tomados por uma névoa espessa… Continuar lendo Os olhos de um monstro

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Frankenstein 200

Penso em Mary Shelley e nas noites que passou assombrada, talvez atormentada por visões insistentes, que retornavam madrugada após madrugada. Ela abria os olhos e ele estava lá, atrás das cortinas, os olhos amarelados como pântanos – mas não era um fantasma. Penso em Mary Shelley – quais eram seus medos? A solidão? – o… Continuar lendo Frankenstein 200

A Casa Tomada – após Cortázar – parte I

A Casa Tomada – após Cortázar – parte I “Era para nós agradável almoçar pensando na casa ampla e silenciosa e em como nos bastávamos para mantê-la limpa. Às vezes chegamos a pensar que foi ela que não nos deixou casar.” Júlio Cortázar, A Casa Tomada, 1951 Durante a minha infância, grande parte passada dentro… Continuar lendo A Casa Tomada – após Cortázar – parte I

Nas ruínas da Terra – parte 1

Tudo aquilo que chamamos “casa” desmorona.   A tecnologia – a ciência, o tão desejado “progresso”, o excesso, a desmesura do consumo – se revela, mais uma vez, como o campo no qual inscrevemos algumas ansiedades, angústias e medos. Não se trata de um embate entre fobia e filia, entre atualizações e permanências. Trata-se, em… Continuar lendo Nas ruínas da Terra – parte 1

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Da importância dos monstros – parte III

“Uma gigantesca onda se avoluma no horizonte, bloqueando o sol e ameaçando qualquer frágil conquista, liberdade ou possibilidade de existir e lutar. A sexualidade será, então, violentamente encerrada. Será expulsa de todos os corpos. A nova família conjugal a destruirá. E a absorverá, inteiramente, na seriedade da função de reproduzir. Em torno do sexo, se… Continuar lendo Da importância dos monstros – parte III

Nosferatu

“Nós os mortos cavalgamos velozes” Esse verso da balada Lenore, de Gottfried August Bürger (1774), aparece em diversas narrativas que abordam a temática vampiresca – inclusive em Drácula (Bram Stoker, 1897). Lenore pode ser considerado como um dos textos fundadores da mitologia do vampiro moderno e contemporâneo. Sob a imaginação de inúmeras narrativas, o verso… Continuar lendo Nosferatu

Da importância dos monstros – parte II

Imaginar-se outro é um exercício – desfazer as formas, os limites, levantar os véus que nublam a percepção e deixar-se afetar. A produção de alteridade passa por um deslocamento do self, do núcleo que supomos estável e essencial – ‘deslocamentos’ são movimentos tectônicos, vorazes, fractais – atravessar espelhos e comer cogumelos – produzir vulcões e… Continuar lendo Da importância dos monstros – parte II

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