Livros Resenhas

No seu pescoço

Leio o nome Chimamanda Ngozi Adichei na capa de um livro já estou lá comprando. É assim desde que “Americanah” caiu na minha mão e eu me apaixonei pela escrita dela. O mais recente livro dela lançado em terras tupiniquins é “No Seu Pescoço”. São doze contos que falam sobre a Nigéria, sobre se viver em um país em que o sonho é sair de lá e, principalmente, sobre ser mulher.

Chimamanda tem o poder de não querer colocar o livro de lado e ao mesmo tempo de querer parar um pouco a cada página para respirar, absorver e refletir. É desse tipo de livro r de escrita que mais me encanta. Os doze contos que compõe o livro formam um panorama sobre assuntos que estão presentes em seus outros livros: o ser mulher; o imigrante nigeriano; a visão que o mundo tem da África; a guerra de Biafra. Os contos são diferentes entre si e ao mesmo tempo são conectados. Não consigo estabelecer um que tenha gostado mais, mas “Jumping Monkey Hill” e “A Historiadora Obstinada” e sua critica ao estrangeiro que acredita saber mais do que o nativo sobre a sua própria terra e vida e a norma de que a história é contada pelos paises de primeiro mundo e nós, os conquistados, temos que nos submeter. Temas tão próximos de nós brasileiros também.

Um tema recorrente nos contos é o sonho de sair da Nigéria e a adaptação nos EUA. Poderíamos, com alguns ajustes, falar que essa é a realidade do Brasil, ainda mais de 2014 para cá com a crise econômica e política que nos assola. O universo do ser estrangeiro nos EUA Chimamanda explorou com maestria em “Americanah” e aqui ela dá pinceladas sobre os sonhos e a realidade de morar em um país estrangeiro, a dificuldade de adaptação e os sacrifícios feitos para se chegar ao tão sonhado green card.

Sendo um livro de Chimamanda a condição de ser mulher percorre todos os contos, é o tema central de alguns, mas está em todos. O que ela escreve são problemas e questões das mulheres em qualquer lugar do mundo. A universalidade do que ela descreve faz com que seja impossível não se identificar, exatamente o que acontece em “Sejamos Todos Feministas“, e é, ao mesmo tempo, triste que mulheres no mundo todo ainda sofram dos mesmos problemas e da mesma forma.

Como todo o livro de Chimamanda “No seu pescoço” é para ser lido. São contos de no máximo 25 páginas, dá para ler aos poucos, com calma ou devorar tudo de uma vez. O importante é conseguir degustar e digerir o que está nas páginas.

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