Livros Resenhas

É assim que se perde a guerra do tempo

Não, você não entrou num loop temporal. Já falamos aqui deste livro. Ele ganhou todos os prêmios a que tinha direito ano passado – Nebula, Locus, Hugo, BSFA. Mas este é um livro que merece ser relido. Aliás, eu, que já estive lá, já vi que no futuro você vai reler este livro. E agora, ele chega em português numa edição caprichadíssima, com direito a brindes pra quem comprar na pré-venda.

É assim que se perde a guerra do tempo (Suma, trad. Natalia Borges Polesso, ilustrações de Renato Faccini) foi escrito em parceria pela canadense Amal El-Mohtar e pelo americano Max Gladstone. Duas agentes rivais se enfrentam indo e voltando no tempo numa guerra interminável entre duas facções opostas – uma mais voltada para a alta tecnologia, outra cuja tecnologia igualmente avançada é mais bioquímica. Elas começam a deixar mensagens uma para a outra – inicialmente, ameaças e ataques recíprocos. Mas aos poucos, o ódio se transforma numa paixão que sabem será quase impossível consumar. Nunca se encontram, apenas deixam pistas e mensagens criptografadas. E têm que usar estratagemas cada vez mais mirabolantes para se comunicarem sem que seus superiores descubram o que está acontecendo.

O romance curto é narrado assim, alternadamente, através das mensagens que uma deixa para a outra em épocas diferentes. Falar muito mais seria dar spoilers. Mas esse é daqueles livros que você lê de uma vez só, e quando chega ao final, percebe como cada pecinha se encaixa no quebra-cabeças. E aí você simplesmente tem que voltar ao começo, pra apreciar a perfeição com que El-Mohtar e Gladstone entrelaçam os encontros e desencontros das duas ao longo do tempo.

Os autores na premiação virtual do Hugo de 2020

A amizade entre os autores começou em convenções de ficção científica e fantasia. Eles começaram a se corresponder – cartas de papel mesmo, não e-mail. E quando resolveram escrever juntos, foi presencialmente, não pelo computador (ah, bons tempos aqueles…). Foram várias sessões espalhadas ao longo de um ano, somando um mês e meio. Pouco tempo, para uma trama tão complexa, o que só faz admirar ainda mais o talento da dupla. 

O resultado é um dos romances mais originais e vibrantes dos últimos anos. Pode soar como clichê, mas é um romance que celebra a luta do amor e do espírito humano contra a opressão e a violência sem sentido. 

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